DIFERENÇA ENTRE MPLS E MPLS-TP

O MPLS-TP é uma tecnologia baseada em comutação de pacotes (Packet Switching) derivada do MPLS. Antes de falarmos sobre o MPLS-TP propriamente dito, vamos apontar conceitos importantes sobre o MPLS puro. O MPLS (Multi-Protocol Label Switching) é uma tecnologia baseada em troca de labels que utiliza o roteamento IP para descobrir a rede. Dessa forma a topologia de uma rede é descoberta rapidamente. Uma vez que a topologia está definida, uma comunicação pode ser estabelecida.

Fig. 1. Após a troca de labels entre todos os elementos de rede a comunicação pode ser estabelecida.

Vamos fazer uma analogia para explicar o conceito do MPLS e do MPLS-TP. Imagine que você queira viajar de Belém até o Rio de Janeiro. Para chegar ao seu destino, múltiplos caminhos são possíveis. De modo que você pode ir passando por Natal, Salvador e finalmente no Rio ou ainda ir de Belém, depois passar por Fortaleza, João Pessoa, Vitória e logo Rio de Janeiro. No caminho reverso (do Rio a Belém) também existem vários caminhos possíveis.

No MPLS puro temos um conjunto de LSP (Label Switching Paths) em uma direção (em amarelo, de Belém ao Rio) e um outro conjunto de LSPs na direção reversa. No MPLS puro os caminhos são unidirecionais ou não congruentes. Isso significa que não utiliza o mesmo caminho no sentido contrário.

No MPLS-TP temos a garantia de que o caminho reverso será o mesmo que o caminho direto. Isso quer dizer que a rede MPLS-TP percorre caminhos congruentes. Os mesmos elementos de redes serão utilizados nas 2 direções.

Um conceito muito importante em redes MPLS é o seguinte:

NO MPLS, UMA VEZ QUE O CAMINHO TENHA SIDO ESTABELECIDO, OS DADOS DEVEM, NECESSARIAMENTE, SEGUIR POR ESSE CAMINHO! ”

A congruência é uma diferença importante entre o MPLS puro e o MPLS-TP. Contudo existem outras diferenças importantes. O MPLS-TP utiliza muito da rede MPLS, mas existem alguns aspectos da MPLS que foram retirados do MPLS-TP para que a rede pudesse ser mais determinística e previsível. São eles:

PHP (Penultimate Hoping Popping): Nas redes MPLS ocorre a retirada do label antes de chegar no último elemento da rede com o objetivo de reduzir a carga de processamento no roteador de borda da rede. Esse último rótulo é utilizado no MPLS-TP para funcionalidades OAM. Por esse motivo o PHP não é utilizado no MPLS-TP.

LSP MERGE:

O LSP Merge combina os LSPs com o mesmo destino para reduzir o overhead e ganho de velocidade de transmissão. Isso acarreta na perda de informação do LSP individual. Isso é problemático pois é a informação utilizada pelas operadoras para funcionalidades OAM. No MPLS-TP os LSPs não podem ser combinados e a identificação se mantém fim a fim.

ECMP (Equal Cost MultiPath):

O MPLS-TP suporta somente LSPs bidirecionais congruentes e não permite a combinação de LSPs. Com efeito, deve existir apenas um caminho fim-a-fim predeterminado para alcançar o destino, não permitindo o balanceamento de carga por meio de caminhos diferentes. Isso oferece um padrão de tráfego determinístico e permite aos provedores de serviço mais confiança em garantir os SLAs assim como garantir melhores capacidades de monitoramento de tráfego.

Quando retiramos essas três características do MPLS deixamos a rede mais previsível e determinística. No entanto, a rede MPLS-TP ainda mantém algumas características do MPLS que garantem que a rede seja mais eficiente. São elas:

  • MPLS/PWE Architecture – A arquitetura MPLS/PWE é mantida
  • Label Forwarding – O encaminhamento de Labels também é mantido no MPLS-TP
  • Dynamic Control Plane – E o DCP que deixa a operação da rede MPLS mais eficiente.

O MPLS-TP acrescenta algumas funções ao MPLS para que possa funcionar dentro de redes de grandes operadoras garantindo algumas funcionalidades. São elas:

  • Métodos determinísticos para LSP estáticos
  • Caminhos convergentes
  • Funcionalidades de OAM

Esse é o MPLS-TP. Uma rede que atende as demandas que uma rede determinística requer somada às vantagens de uma rede MPLS. As redes SDH vêm sendo gradativamente substituídas pelas redes PTN (Packet Transport Networks) que utilizam o MPLS-TP como protocolo.

Carlos Rogério Roffé

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